sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Diário de Guaramiranga

Chegada em fortaleza. conhecemos os amigos de trabalho, Rafael e Odalton do Grupo Teatro em Película.
Infelizmente não deu para ficar e ver os trabalhos do grupo, mas, deu pra sentir pelo papo que essa idéia de cinema e teatro pode mexer muito com a cena e o ator. Estão convidadíssimos a vir a Natal e apresentar na sede do Facetas. Aí galera do Circuito Ribeira e Cena Aberta Nordeste, vamos trazer essa galera! Galera que tem muito a ver com a cena artística da cidade.



Só deu para assistir o espetáculo "Sebastião" de Fábio vidal. Um trabalho que envolve pela simplicidade, feito com muito carinho, onde é perceptível ver características na cena do ator criador, a funcionalidade dos elementos cênicos, o signo presente na criação do ator contemporâneo, e a propriedade do discurso. Foi ótimo ver esse ator encenador em cena, me deu uma estigada grande! Espero ver logo|O Sebastião em nossa cidade.






A montagem da Lição foi um pouco complicada. O teatro de Guaramiranga precisa melhorar em alguns aspectos principalmente na acústica, mas, o atraso se deu pela inexperiência do espetáculo em outros teatros.


O espetáculo aconteceu! Estavamos ansiosos demais, normal, fiquei feliz com a apresentação, acredito que fizemos o velho feijão com arroz, foi muito difícil fazer a manutenção do espetáculo para Guaramiranga, o elenco teve outros trabalhos para dar conta... Mas, acredito que o que fizemos foi com muito carinho e esforço e muitas pessoas elogiaram o espetáculo. Acho que há uma identificação com o público que busca e se prende por imagens e sensações e com o artista que busca desconforto e risco.



Parabéms pela Coragem!

Tivemos um bom debate com os debatedores do festival. Apesar das criticas incompreensivas que defendem a estagnação do teatro no que ele “era pra ser” e não no “que ele é” (Um altar para a genialidade dramatúrgica de Ionesco e o esvaziamento do Teatro do Absurdo). A exposição do nosso processo ajudou os debatedores a criticar de forma construtiva a nossa encenação e a estimular a resolver suas contradições.





Debatedores: Sávio Araújo, Eliane Lisboa e Sonia Rangel

Claro que assim como o formato competitivo dos festivais é incoerente com o que se compreende como obra de arte, e por isso vem sendo extinto. O formato hierárquico do debate deve seguir o mesmo caminho. É preciso colocar o espectador dentro da roda de discussão de forma horizontalizada, de forma a compreender que não estamos atras de fazer teatro X ou Y queremos fazer teatro! O espectador não é um técnico, mas, nó tambem não queremos fazer técnicas. O seculo 21 começou! O autor e sua linguagem, são caminhos desejos e escolhas que se fazem ou não, independente do que se quer dizer! Pois há uma contradição impregnada no próprio conceito do que é teatro, a palavra contradição está presente nos nossos (artistas) processos e discussões, está em quem criou e está em quem cria e isso deve vir à tona e ser investigado como algo a se trabalhar no seu conteudo pedagógico.


Percebendo o processo conturbado de montagem do espetáculo “A Lição” e sua pequena temporada que logo resultou em uma apresentação em um dos festivais mais importantes do país o espetáculo tem que se voltar ao ponto base do processo, melhorar o seu discurso no que diz respeito ao  que se quer que o espectador sinta e a propriedade do elenco sobre a encenação como um todo. Agora é hora do “espetáculo em processo” técnica inevitável ao Ato Criativo na cena contemporânea.

Obrigado ao Festival de Guaramiranga, Técnicos do Teatro, Produtores, Debatedores e aos amigos que dividem a difícil arte de se fazer teatro!

Uma imagem para pensar em contradição e arte:






Um Corajoso!

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