terça-feira, 10 de maio de 2011

Retomando a oficina Rebuliço, Grupo Facetas

No dia 27 de abril retomei a oficina do grupo Facetas que acontece nas quartas e sextas de 9hs ás 11hs, além de alunos de 2009 e 2010, abri algumas vagas para pessoas que já tinham tido alguma experiência com teatro. No ano passado tivemos como conclusão a peça “Brincantes do Boi” e a partir do mês de junho voltaremos a apresentar. A metodologia da oficina é guiada por um texto e, a partir dessa dramaturgia e da construção dos seus elementos cênicos, o grupo desenvolve individual ou coletivamente um crescimento técnico em relação às artes cênicas. O encontro de uma dramaturgia pessoal com o texto, do teatro convencional com as vanguardas e o teatro contemporâneo, o encontro com disciplinas que nossa sociedade não ensina como uma construção ética ou de uma ética, já que esta é mutável. Esse ano o grupo está mais maduro e estamos montando Getsêmani de Mário Bortolotto. O texto é uma crítica violenta à nossa sociedade, e o escolhi depois de uma experiência no ano de 2009 em que a oficina era composta por policiais. Neste ano a montagem não aconteceu e o texto foi pro armário, só saindo agora. Para mim a oficina é um grande aprendizado, por experimentar diversos aspectos da criação coletiva e me ver também como um diretor autocrata, é muito prazeroso e importante, já que dentro do nosso eixo faltam ou simplesmente não existem cursos técnicos para atores e diretores. Viver dentro do ponto de cultura uma experiência de aprendizado mútuo que se reflete na nossa proposta de “direção em grupo”, para nós que surgimos e temos sede dentro de uma comunidade onde não se é oferecido nada de cultura, para nós que surgimos de um projeto pedagógico que nós deu um lugar ao sol, para nós que afirmamos nosso compromisso com a sociedade potencializando e transformando pessoas e lugares afirmando nossa ideologia, para nós que escolhemos ser um grupo de teatro com muitos elencos, padrinhos, filhos, primos e etc. Para nós essas oficinas são essenciais e contínuas.


“Depois de ter afastado assim o ator de seu personagem, Meyerhold o coloca no coração de três espaços-tempos encaixados uns nos outros. O primeiro: a história do teatro (torna-se um pesquisador). O segundo: O presente de sua época, vivido em um espaço geográfico e político no qual o ator deve dar conta diante do público e com ele. Terceiro: a obra que ele interpreta e que não se limita jamais a peça apresentada.”
A arte do teatro, entre tradição e vanguarda. Meyerhold; e A cena contemporânea. Beatrice Picon-Vallin


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